Em 2011 fiz um calendário com fotos da minha primeira viagem pelo continente africano. Esse foi o texto que escrevi sobre:

“Em 1985, foi gravada a música “We are the world”, para ajudar ao continente africano. Passaram-se 25 anos, desde então, e pouca coisa mudou. A exploração da pobreza, através de fotos chocantes, não conseguiu mudar esse quadro.

Eu quero mostrar o lado bonito desse continente, que parece ser um outro mundo, muito distante pela indiferença que enfrenta até hoje.

Me perguntaram se a gente vê a miséria que é divulgada tão amplamente; se vê pobreza, mas a miséria não está na rota do turismo, ele é a garantia de uma vida melhor para muita gente.

O guia, que subiu o Kilimanjaro comigo, me disse que eu fui a resposta à prece dele: Ele havia pedido para mandar um MZUNGU (“branquelo”), pois já estava há um mês sem trabalho.

Quando focalizamos uma flor no deserto, isso não faz com que o deserto desapareça, mas muda a maneira de olhar. O que falta ao continente africano, é auto- confiança e auto-estima, por isso faço questão de mostrar as coisas belas, porque as feias já foram exploradas excessivamente.”

A maioria das coisas que escrevi no passado, quando as releio, continuam atuais. Apesar de ter feito inúmeras viagens pelo continente depois, minha percepção não mudou muito.

Essas fotos mostradas aqui, são da última viagem do final do ano: Zâmbia – Botswana – África do Sul.


Por: Rolf Müller


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