Os Quatro Pilares da Feminilidade – Edith Stein
A feminilidade seria a chave para compreender a capacidade que temos de amar e de nos conectar com nosso Criador.
Em se tratando da especificidade do homem e da mulher sobre seus respectivos destinos, homens e mulheres cumpririam suas missões de maneira diferente.
A mulher, por um lado, gostaria de ser a semelhança de Deus e, por outro, buscaria educar as gerações futuras. Segundo Edith Stein, a mulher seria chamada a “buscar o caminho que leva de Eva a Maria”. A ela teria sido dada a missão particular de restaurar a “natureza feminina em sua pureza”, cujo modelo seria a Virgem Maria.
Conforme Edith Stein, esses pilares encontrariam a essência na maior das virtudes: o amor.
1. A receptividade
As mulheres teriam um grande desejo de dar e receber amor. Este desejo “se eleva sobre a existência cotidiana para entrar na realidade de uma pessoa melhor”. Nosso desejo de receber amor nos tornaria vulneráveis e, principalmente, nos faria parecer mais fracas.
Quem se esforça para demonstrar seu poder e domínio nunca admitirá que precisa de outra pessoa.
Edith mostra que, como mulheres, a receptividade ao amor nos elevaria e aumentaria a nossa compreensão do mundo.
2. A generosidade
Sobre a generosidade do dom recíproco, existiria uma alma tipicamente feminina, que “na experiência, se revela sensível às realidades pessoais, à harmonia, ao global (…). A atenção da mulher se centra naturalmente nas pessoas, enquanto a experiência nos mostra que os homens buscam mais a eficácia externa para se concentrarem em ações objetivas (…).
A alma feminina vive com mais força e está mais presente em todas as partes do corpo. Ela se comove internamente por tudo o que acontece, enquanto que, no homem, o corpo tem mais o caráter de ferramenta para o trabalho, o que implica certo distanciamento”.
Esta abertura do coração e da mente fortaleceria a alma e a vida espiritual. Mas produziria um grande paradoxo: quando saímos de nós mesmas para nos transformarmos em uma bênção para os outros, nós é que melhoramos. Essa é uma atitude de generosidade que nos faz felizes.
3. A dignidade
“Toda mulher que vive à luz da eternidade pode responder à sua vocação – não importa se é para o matrimônio, para uma comunidade religiosa ou uma profissão”.
As mulheres poderiam expressar a feminilidade de muitas maneiras. Haveria três categorias possíveis: esposa e mãe, solteira “no mundo” e solteira consagrada à vida religiosa. Para Edith Stein, todas as mulheres que se deixariam guiar por Deus realizariam o sentido profundo da feminilidade, pois teriam uma intuição particular para descobrir como amar.
Ser mulher não significaria satisfazer todo um conjunto de expectativas ou ideais arbitrários. Aonde quer que a vida nos leve, cada situação poderia vir a ser enobrecida e dignificada pelo amor.
4. A maternidade
Na visão de Stein, todas as mulheres sentiriam a necessidade física de serem mães.
Ela mesma não teve filhos, mas acreditava que as mulheres possuiriam um instinto maternal.
Segundo ela, “as mulheres buscam, por natureza, abraçar o que é vivo, pessoal e completo. Amar, proteger, nutrir e educar são desejos naturais e maternais”. Em outras palavras: as mulheres dariam a vida e a nutririam naturalmente.
O amor feminino seria um impulso natural, capaz não só de trazer crianças ao mundo, mas também de tornar os sonhos possíveis, e, desta forma, ajudar o crescimento dos outros.
Edith Stein mostra, com isso, o caminho até uma feminilidade que recuperaria sua dignidade. Reconheceria o valor insubstituível da mulher e redescobriria sua maneira particular de levar o amor ao mundo.
Fontes: La femme (Edith Stein), Éditions du Cerf, 2009; Spirituality of the Christian Woman, (Edith Stein), 1932.
Texto adaptado de: Os 4 pilares da feminilidade, segundo Edith Stein – Comunidade Católica Shalom
Adaptado por: Claudia Pereira
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