Lucas Rinor – Caminhos e Canções de um Contador de Histórias
Cresci em Minas Gerais, cercada por montanhas e rios. Minha jornada artística começou em Belo Horizonte. Ali, nasceu a minha maneira de conduzir a música. Toquei em pubs, restaurantes e festivais. Inclusive, criei meus próprios eventos, dentre os quais o Folk Reunion, que, no momento, é o meu ponto de encontro com artistas e amantes do que conheço como folk — uma palavra que moldei com um significado pessoal que não cabe descrever aqui. Ali, também encontrei um público fiel que me acompanha nos palcos e nas redes sociais.
Tenho alguns trabalhos lançados e sigo com o desafio de colocar essas canções na estrada. Meu álbum mais recente se chama “Onde a Poeira Não Tem Vez”, lançado em janeiro de 2025. Ele é fruto do tempo agradável que tive com a minha banda rodando por Minas Gerais, um período de boas amizades e festas no interior. Deixo aqui o link para que você possa conhecer.
Em 2025, solicitado pelo caos da cidade, deixei a vida urbana e me mudei para o campo para trabalhar com gado. Esse novo lugar me obrigou a me movimentar de outra maneira: o silêncio, o ritmo da natureza e a simplicidade passaram a fazer parte da minha vida. Hoje, muitas das minhas melodias nascem à beira dos estalos do fogo, sob o véu da noite. Amo essa nova vida, que me deu ainda mais espaço para a contemplação, alimentando a minha imaginação com belos cenários — ora na companhia da agradável solidão, ora da minha amada família.
Além da música, tenho-me dedicado à escrita. Estou preparando, a passos lentos, o livro intitulado “Santa Cruz”. Ele vem da necessidade de organizar o terreno mitológico que tem tomado em meus dias. Como artista, sempre senti falta de bons personagens e histórias que dessem significado aos meus passos. “Santa Cruz” vem para isso.
Numa terra de deserto, aos poucos, tenho construído o meu lugar. Estou trazendo para a superfície contos fantásticos com temas que me são caros para mim. São histórias sobre gigantes, sátiros e monstros que, aos poucos, têm habitado as minhas olhar. Quando ando pelo pasto, enxergo, entre as árvores ou numa montanha ao longo, alguns desses seres caminhando por ali. A imaginação, e corro, no fim do dia, para escrever alguma história.
Esse tem sido meu ato de sobrevivência em um mundo confuso e repleto de tendências que não admiro. Por isso criei Santa Cruz, uma terra da qual sou dono dos significados. Ali, sou o bardo que registra a passagem desse tempo.
Hoje, me vejo como um contador de histórias. Minhas canções e escritos são convites para um passo mais lento, para perceber melhor o cotidiano. Sigo, de coração aberto, levando comigo a certeza de que, sem a boa arte, tudo se torna confuso e vazio.
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2 Comentários
Desejo tudo de melhor pra você e sua família, Lucas. Forte abraço.
Muito bom, Lucas!