O APELO DE UM PAPA AOS ARTISTAS
“Faço-vos um apelo a vós, artistas da palavra escrita e oral, do teatro e da música, das artes plásticas e das mais modernas tecnologias de comunicação. Este apelo dirijo-o de modo especial a vós, artistas cristãos: a cada um queria recordar que a aliança que sempre vigorou entre Evangelho e arte, independentemente das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela intuição criativa, no mistério de Deus encarnado e contemporaneamente no mistério do homem”.
Este foi o apelo feito por São João Paulo II em sua carta aos artistas, enviada na Solenidade da Páscoa da Ressureição em 04 de abril de 1999. Nesta carta, o santo salientou a intima união entre arte e religião, provando que para a arte é necessário um chamado. O artista não é um simples agente social ou profissional que produz obras, possui uma vocação única e irrepetível. Fazer arte não é sua forma de sustento, é sua essência, parte constituinte de seu ser. Negligenciar isso é abrir mão de si mesmo e se condenar a uma vida de frustrações e infelicidades.
O papa reforçou a compreensão de que, toda pessoa possui em si a responsabilidade de fazer da própria vida uma obra prima. O artista, porém, carrega uma estrutura diferente, de tal forma que se não colocar seus talentos a render em vista do bom, belo e verdadeiro, correrá o risco de perder a única via pela qual Deus escolheu para sua santificação e chegar a ser a melhor versão possível de si mesmo.
Karol Wojtyla foi um artista, sua alma sensível sempre foi atraída pelo teatro, a música e a literatura de tal modo que utilizou disso para transformar a mentalidade e o coração das pessoas. Aos 40 anos, cerca de 18 anos antes de ser eleito papa, João Paulo II escreveu a peça de teatro “A loja do ourives”, que fala sobre a dignidade do amor humano e a complexidade da vida matrimonial, provando como tal vocação é exigente.
Não podemos esquecer do apelo deste grande santo artista. Não podemos esquecer que – como ele mesmo ensina em sua carta – arte e Igreja sempre estiveram em plena comunhão. Sabemos que é difícil confiar que a arte pode ser um caminho para Deus, mas acredite, há muitas iniciativas maravilhosas nascendo ao redor do Brasil, levando arte de altíssima qualidade para o cotidiano de muitos católicos. Se você é artista, não espere aplausos ou incentivos. Esqueça os comentários que muitas vezes chegam tentando lhe fazer pensar que a arte não “dá futuro”, ou pior ainda: “arte não dá dinheiro”. Coloque teus talentos para renderem, e ouvirás a voz de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor”. (Mt 25,23).
@prof.pedrorossi
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9 Comentários
Interessante! Na arte, existe ensaio antes do espetáculo e na vida, o palco é agora e a gente aprende enquanto atua como protagonistas. Você se destaca na sua expressão.
Parabéns a iniciativa da Revista em abrir colunas para expressão livre da arte.
Na arte, existe ensaio antes do espetáculo e na vida, o palco é agora e a gente aprende enquanto atua como protagonistas.
Adorei, sou sua fã.
Agradeço essa oportunidade de ter no site um trabalho que dignifica a arte e engrandece o homem.
Sensacional 👏👏👏
Sensacional a constatação de que, para o artista, a Arte não é apenas meio de subsistência, mas autêntica expressão de sua identidade. Fascinante.
Sensacional a constatação de que, para o artista, a Arte não é apenas meio de subsistência, mas autêntica expressão de sua identidade. Fascinante.
Incrivél! 👏
Otimo conteúdo! 👏👏
Inspirador!! O propósito da arte é gerar vida!!!