Mitologias e Simbologias
Vivemos uma época em que a teoria do conhecimento se desdobra em tantas folhas, capítulos e versões que fica árduo e desafiador navegar o emaranhado assim criado no interior das nossas mentes.
Crescemos mais na contradição do que na complementaridade entre ciência e religião, cada uma alojada em lados opostos do cérebro.
Fomos construídos na dualidade em que o colonizador e o descobridor conviviam na mesma caravela, um querendo dominar, ensinar e explorar e o outro, aprender e alargar horizontes.
As religiões monoteístas nos deram relatos explicativos com a verdade do dogma que fechava a janela das indagações. Céus e infernos nos prometiam recompensas ou castigos e assim nos domavam e conduziam.
Tentámos, a partir de uma Europa que julgávamos superior, dominar outros povos e culturas. Os resultados trouxeram muitas respostas mas muito mais perguntas. Entre o tudo e o nada um mundo de opacidade e transparência foi-se desdobrando perante nossos olhos inquietos.
Resta-nos o poder da interpretação. Temos ferramentas como a Arte, a Poesia e a Filosofia. Na religião e na ciência se instala a dúvida, embora o dogmatismo lute desesperado pela sobrevivência.
Neste fluido temporal em que vivemos a dualidade é uma estrutura inevitável. A meu ver ela é mais adequadamente expressada pelo Tao, no diálogo entre Yin/Yang do que na dicotomia maniqueísta de Bem e Mal. O Bem é explicado como equilíbrio e o Mal como desequilíbrio nas duas forças do Tao.
Para continuarmos aqui como espécie precisamos encontrar e praticar a harmonia do equilíbrio.
Precisamos entender o ponto de vista do outro e no diálogo nos enriquecermos mutuamente sem a parede da confrontação. Precisamos relativizar os mitos e encará-los como uma biblioteca de
símbolos.
@albertocidraes
@albertocidraes_

